HISTÓRIAS DE VIDA
Vocês gostam de histórias? Ouvir? Contar?
Qual a história que te faz lembrar de fatos da família, de sua infância ou de situações que foram especiais durante a vida?
Histórias estão presentes desde momentos anteriores ao nosso nascimento. Sabemos a história de nossos antepassados, de nossas culturas, de migrações que ocorreram em outros tempos.
Contamos história para fazer o bebê ou a criança dormir, para despertar a atenção, para incentivar o aprendizado, a leitura e a escrita.
Registramos em cadernos nossas produções, em diários e em livros. Até mesmo em pensamentos e sonhos vivenciamos diversas narrativas.
Filmes, desenhos, músicas, pinturas, figuras, fotos e gravuras, todos esses recursos também podem ser utilizados para criar um bom enredo.
Mas qual a importância disso?
Para que uma história aconteça, ou pelo menos que seja contada, inventada ou reproduzida, ela precisa de alguns elementos: cena, contador(es)-narrador(es), descrição dos acontecimentos, e o tempo ou época em que essa ocorreu.
E principalmente os personagens que estão envolvidos, sejam eles o próprio locutor: o protagonista, ou os demais existentes na trama.
Em nosso dia-a-dia experenciamos momentos que nos dão ótimos relatos, casos e até mesmo anedotas.
Tudo isso são os registros e memórias.
Nesse momento, conseguimos perceber como está sendo construída a história dos pais com seus pequenos?
Como os pais, famílias e cuidadores tem se relacionado com os bebês, crianças e adolescentes?
EXPERIÊNCIA TAMBÉM FAZ PARTE DE NOSSA HISTÓRIA
A mãe ou cuidador ao se relacionar com seu bebê, o faz de maneira singular. Alguns aprendem com outras mães como realizar os primeiros cuidados, tem a presença de avós para auxiliar nessas tarefas, babás e companheiros em tantos momentos.
Outras aprendem sozinhas, quando já se veem com os pequenos em seus braços.
Buscam também ao acessar à internet e ao blog mamaeblog tirar dúvidas das mais diversas ou ainda orientações e assistência através das consultas aos profissionais e serviços de saúde.
Toda experimentação seja ela nova ou de um conhecimento já adquirido deve ser vivenciada pelos pais com seus filhos nesses primeiros momentos, sejam estes a depender dos erros e acertos que estarão presentes nesse percurso.
A SINGULARIDADE QUE SE FAZ PRESENTE EM CADA FAMÍLIA
Cada família, como dissemos no último texto, tem uma maneira diferente de se organizar e de dispor seu tempo.
Mas é importante que desde o início alguém se ocupe desses cuidados. Não é mesmo?
Esse pequeno que chega depende de um outro para acolher e atender as suas demandas, e isso é essencial para que possa se desenvolver. Já falamos sobre a importância dos cuidados de nossa saúde física e mental, principalmente nesse momento da pandemia. Tão necessários para o nosso bem estar, mas também para a
constituição psíquica do próprio bebê.
Qual é o ambiente familiar que o espera?
Como esse também se faz presente em seu cotidiano e em seu desenvolvimento?
Que tipo de relação os pais, familiares e demais envolvidos tem com seus bebês?
Quem se ocupa das idas ao médico e demais profissionais de saúde, das tarefas da creche/escola, do lazer e do dia a dia?
Como estão construindo suas histórias?
Aquilo que o bebê vivencia depende da forma que os pais, ou o cuidador também o interpreta e dá sentido as suas produções. O choro do bebê, a forma que ele é atendido, se suporta ou não esperar.
O sono, a amamentação, a resposta aos estímulos que os pais fazem ao conversar, brincar e responder aos filhos, tudo isso faz parte da relação da família e também se tornam aspectos que precisam ser observados nessa narrativa.
É preciso que as expressões do bebê possam também ser consideradas no contexto familiar.
Como esse responde diante da rotina dos pais?
Quantas horas dorme?
Como está a alimentação?
Quais são suas produções vocálicas, gestos e respostas?
Há um direcionamento do olhar, de contato e de brincadeiras com algum familiar?
INTERAÇÃO, PARTILHA E AFETO
Para que possa vir a ter com o mundo o seu lugar, se faz necessário que a família também o envolva em sua própria história. Produza assim um lugar de pertencimento.
São momentos especiais que partilhamos que envolvem histórias: as experiencias que temos, vivenciamos e/ou que aprendemos em nossas relações.
Os afetos, as emoções, tudo isso também se faz presentes.
O bebê se interessa e se envolve com outros e no espaço em que vive?
Como está a interação do seu bebê em suas relações?
O que endereçamos ao bebê, também tem relação com o que queremos ou pretendemos que ele receba.
Se esse que chega a nossa casa, é pertencente de um lar, se pode ser acolhido pelos demais familiares (aqui precisamos salientar os devidos cuidados ainda a depender das recomendações de saúde devido a pandemia), desde os que estão presentes ou ausentes, mas fazem parte de sua história e de seu convívio.
Como todos se organizam a sua volta? São pais de primeira viagem?
Foi uma gravidez planejada?
Foi um parto tranquilo?
É uma adoção?
TEMOS O QUE CONTAR?
E a escolha do nome? Como essa se deu? Foi anterior ao nascimento, ou a depender da decisão desses pais. Algum nome que se faz lembrança de outra pessoa especial?
De uma escolha que tem importante e singular significado?
A história do bebê já vai sendo construída, em tempos anteriores, nos cuidados da gravidez e após o seu nascimento.
Para que a pequena criança venha se constituir como sujeito, é necessário também que ela se torne também protagonista dentro do ambiente familiar, que faça parte dessa trama.
Como foi toda essa trajetória?
Podemos tratar aqui de histórias de vida, que possam vir com momentos de alegrias, dificuldades, tristezas, esperança, situações que envolvem boa saúde ou intercorrências como algumas doenças.
Vocês pais já pararam pra pensar como se deu toda essa história que vem anterior ao nascimento? Como se conheceram, de que família cada um faz parte, os sobrenomes que cada um carrega de sua linhagem familiar.
Temos história pra contar?
Luiz Henrique Miranda
Psicólogo Clínico – Pós Graduado em Saúde Mental
CRP 04/46378
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