Muitas Mulheres sonham em ficar Grávidas. E quando ficam, sonham com o grande dia em que finalmente conhecerão o seu bebê.
O Parto é sem dúvida um dos Momentos mais marcantes e emocionantes na vida de uma mulher.
E por esse motivo, o Parto deve ser estudado e planejado com antecedência.
Serão meses esperando por esse grande Momento.
E quando o tão esperado dia chega, vem com ele um misto de pensamentos, emoções, e experiências únicas.
Cada Parto será diferente.
Então porque não compartilhar o seu Relato de Parto com outras pessoas e eternizar esse dia em palavras?
Relatos de Parto são textos de puro amor, e não existe nada mais lindo nesse Mundo do que poder reviver esse dia através de palavras.
Meu Relato de Parto Cesárea
Deborah – Meu Relato de Parto Cesárea
Dia 25/10/2019
39 semanas+ 4 dias
Às 4:30 da manhã comecei a sentir cólica… Fui até o banheiro e notei que tinha no meu xixi um pouquinho de sangue, e naquela hora me passaram mil e uma perguntas na minha cabeça : Será que? Será que?
Foi um misto de ansiedade e ao mesmo tempo “calma Deborah talvez não seja agora”.
Então resolvi mandar mensagem para minha amiga Rachel, que já teve bebê e iria ser Mamãe pela segunda vez.
Mandei a foto do sangue para ela … (Tem que ser muito amiga, afinal, essas coisas não se mandam para qualquer uma, não é mesmo?)
Ela logo me disse : “O meu foi assim, saiu o tampão mucoso e eu fui direto pro hospital ter o neném.“
Eu ri… ( nervosa por dentro) e tentei voltar a dormir. Mas…Era Impossível…as tais “cólicas“ foram piorando cada vez mais e eu não conseguia sair mais do banheiro.
Meu marido acordou e me disse “Deve ser só contração de treinamento “ ( ele jurava que o bebê só ia nascer em Novembro e não Outubro).
Minha Mãe nesse dia tinha dormido aqui em Casa (aquela história que mães sentem né..) e logo disse pra ele:
“ Ela vai ter hoje! Vamos para o hospital!”
Para a minha surpresa e a deles, as contrações evoluíram muito rápido, mas eu queria mesmo assim aguentar o máximo de tempo que eu pudesse em casa, pois havia tomada a decisão de ter o bebê em uma Maternidade Pública, na esperança de ter um parto humanizado, natural e respeitado, já que todos os Médicos que eu fui desde que havia chegado no Brasil, eram cesaristas e me deixaram apavorada.
Fui para a Maternidade Leila Diniz (Maternidade Pública(SUS) localizada na Barra da Tijuca – RJ), e cheguei lá com 4 centímetros de dilatação.
Tive que esperar para ser internada, porque eles só internam se a Mulher estiver com 5 centímetros de dilatação ou mais.
Esperei mais uma horinha, que para mim foi a horinha mais longa da minha vida, e quando me examinaram novamente estava com 6 centímetros, ufa que alívio!
Fui internada, (amém) e foi quando eu comecei a praticar todas as posições que eu havia estudado… ( Eu sou bailarina, então tenho facilidade com movimentos e posições).
A minha favorita sem dúvida era a agachada, no chão. Lá tinha cama, bola, uma outra cadeira… mas eu queria o chão, vai entender).
Nessa hora eu já estava na Partolândia, eu e meu Marido, que aliás, foi incrível o tempo todo, me ajudou com as posições, me abraçava, me dava forças, me dizia o quanto eu era linda e forte…
Ele ficou ali firme e forte, o tempo todo, comigo apertando a mão dele quase quebrando, e sinceramente acho que não existe nada mais gratificante do que ter o Pai do seu filho junto com você nesse momento.
Bom, eu não lembro muito bem de horários, porque a gente perde totalmente a noção do tempo… mas depois de umas 6 horas nessa tentativa, com chuveiro quente, exercícios, e diferentes posições, minha dilatação não havia evoluído, e a minha bolsa não havia estourado – para o meu desespero.
Então foi quando as enfermeiras me perguntaram se elas poderiam estourar( a bolsa ), para ver se o parto evoluía… Eu disse que sim, então elas estouraram … Logo em seguida, elas me perguntaram se podiam fazer alguns exercícios comigo, que por sinal, me faziam ir na lua e voltar de tanta dor, para ver se o bebê encaixava.
As minhas contrações depois disso dobraram…e eu berrava de dor, mas sempre que eu tinha uma, parecia que o bebê ia sair por cima e não por baixo de tão alta que a minha barriga ficava.
Mesmo com toda força do mundo para baixo, o bebê não encaixava, e eu já não tinha mais forças como antes.
Decidiram botar ocitocina com soro mais tarde. Foi quando o negócio pegou. Eu já não aguentava mais de tanta dor, e comecei a notar um líquido verdinho saindo ( mecônio ) e aquilo me deixou com muito medo, pois já tinha lido que aquilo poderia ser um sinal que o bebê poderia estar entrando em sofrimento.
Isso devia ser umas 8,9 da noite já, e naquele momento eu já não tinha mais forças, estava já meio inconsciente por não ter comido, e as dores eram muitas… e foi quando eu senti que ali, era meu limite.
E depois de quase 20 horas em trabalho de Parto, eu me rendi. Pedi uma Cesárea.
O meu maior medo era esse, mas eu senti que meu bebê por mais que eu tentasse não descia… e então olhei o meu Marido e minha Mãe, que também não queriam uma Cesárea, mas viram o meu sofrimento e então ele me disse:
“Você é muito forte, vai dar tudo certo, vamos ver o nosso bebê em breve e esse sofrimento logo vai acabar”.
O meu olho se encheu de lágrimas e eu sorri.
Me mudaram para a sala de cirurgia, e foi quando me deram a anestesia, (e eu parei de sentir as dores ) e em menos de 20 minutos meu bebê estava em meus braços.
Ele nasceu às 10:37 da noite, e era lindo, saudável, perfeito, do jeitinho que eu sempre sonhei.
E naquele momento, nada mais importava! É um sentimento que não cabe dentro da gente. É a maior emoção que com certeza eu já tive em toda minha vida.
E sei que nem sempre é como queremos, e que tudo está nas mãos de Deus. A teoria é uma, e a prática é completamente diferente. Eu só sei que fui até onde eu consegui ir e acho que isso é o mais importante. Cada mulher é diferente e cada uma possui o seu limite.
Eu demorei para escrever esse relato de parto por estar muito fragilizada por não ter conseguido meu tão sonhado parto normal, mas é uma grande libertação para mim poder escrever e acredito que para muitas outras mamães também.
gostaria de agradecer por você ter lido meu Relato de Parto.
Com carinho e amor,
Deborah